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Explicando o método ADM do TOGAF

Este artigo não tem como objetivo abordar o método ADM de maneira exaustiva e sim apresentar uma visão geral de maneira simplificada sobre o método.


O TOGAF Architecture Development Method (ADM), ou simplesmente método ADM, estabelece um processo testado e repetível para o desenvolvimento de arquiteturas por meio de um ciclo iterativo de definição e evolução contínua. Esse ciclo permite que as organizações transformem seus negócios de maneira controlada, em resposta às metas, necessidades e oportunidades de cada empresa.


Trata-se do método central, popularmente chamado de “o coração do TOGAF”, para desenvolver e gerenciar a Arquitetura Corporativa de forma estruturada e integrada. Ele descreve, passo a passo, como criar, manter e evoluir a arquitetura de uma organização, garantindo que os objetivos de negócio e de TI estejam sempre alinhados.


O ADM organiza o trabalho em fases, desde a preparação inicial (Fase Preliminar), passando pelo entendimento dos cenários de negócio (Fase A), definição das arquiteturas de negócio, dados, aplicações e tecnologia (Fases B, C e D), até a implementação e governança contínua da arquitetura (Fases E, F e G). Esse processo cíclico permite revisões periódicas, possibilitando que a arquitetura se adapte às mudanças internas e externas, mantendo-se relevante para a organização.


Visão geral das etapas do método ADM



Método ADM do TOGAF

Fase Preliminar


É a primeira etapa para a implementação das práticas de arquitetura corporativa. Ela é invocada quando a empresa ainda não possui nenhuma prática ou área de arquitetura corporativa ou, alternativamente, quando se faz necessário realizar melhorias nos processos e na governança da arquitetura. Nesta fase, concentram-se as atividades relacionadas à customização do próprio framework TOGAF e/ou sua combinação com outros frameworks de arquitetura corporativa ou de governança empresarial e de TI, como ITIL e COBIT. O TOGAF também recomenda a definição dos princípios arquiteturais, a validação de questões orçamentárias, o estabelecimento da ferramenta e do repositório da arquitetura, além da atribuição de papéis e responsabilidades à equipe de arquitetura.


Fase A: Visão da Arquitetura


Corresponde à visão macro do projeto de arquitetura. Essa visão é construída em camadas e pode abranger a arquitetura estratégica (empresa inteira), a arquitetura de segmento (parte da organização) ou a arquitetura de capacidades (uma habilidade específica da organização). É uma perspectiva de alto nível — um “voo a 40 mil pés”. Na prática, a fase de Visão da Arquitetura antecipa os pontos que serão detalhados nas fases B, C e D, pois é necessário compreender quais componentes da organização serão abordados, tanto no estado atual (AS-IS) quanto no estado futuro desejável (TO-BE). Todos os artefatos produzidos nessa etapa são considerados rascunhos. Em paralelo ao framework Archimate, a fase de Visão da Arquitetura corresponde, em linhas gerais, às camadas de motivação e estratégia.


Fase B: Arquitetura de Negócio


Tanto a fase B quanto as fases C e D compartilham um conjunto de atividades semelhantes: identificação do AS-IS, do TO-BE e análise das lacunas entre esses dois estados. A fase de Arquitetura de Negócio envolve o detalhamento dos componentes e aspectos pertencentes ao negócio (AS-IS/TO-BE), como processos de negócio em alto nível (na Arquitetura Corporativa, não se aprofunda no nível de decisões ou tarefas). Também se faz necessário compreender funções, atores e serviços de negócio, existentes ou futuros, que sejam relevantes para o projeto de arquitetura.


Fases C e D: Arquitetura de Aplicações e Arquitetura de Tecnologia


Seguindo a mesma lógica, as fases C e D tratam a arquitetura no estado atual (AS-IS) e no futuro desejável (TO-BE), considerando a identificação das lacunas entre esses dois cenários. Pelo TOGAF, a arquitetura de dados é contemplada dentro da própria Fase C (Arquitetura de Aplicações). Ambas as fases envolvem a identificação dos componentes de aplicação (aplicações, interfaces, serviços etc.), dados e tecnologias (infraestrutura e softwares, de modo geral) nos estados AS-IS e TO-BE, bem como o reconhecimento das lacunas existentes.


Fase E: Oportunidades e Soluções


Nesta fase, define-se essencialmente a concepção dos roadmaps de transformação, ou seja, dos projetos e iniciativas que sanarão as lacunas identificadas nas fases B, C e D. O TOGAF recomenda que todas as lacunas sejam avaliadas quanto aos seus impactos na organização como um todo ou no projeto específico de arquitetura em desenvolvimento. Em seguida, definem-se e ordenam-se os pacotes de trabalho (projetos), que compõem o roadmap da arquitetura corporativa.


Fase F: Planejamento da Implementação


É importante esclarecer que esta fase não envolve o detalhamento do cronograma dos projetos. A arquitetura corporativa não entra em níveis exaustivos de planejamento de atividades. Assim, a Fase F relaciona-se às macroetapas do roadmap: um sequenciamento lógico de quais projetos devem ser executados primeiro. O TOGAF também sugere a valoração de cada projeto do roadmap (embora não de forma totalmente explícita), de modo a estimar ou ajudar a organização a calcular o potencial retorno financeiro sobre cada iniciativa. Além disso, avalia-se o apetite da empresa para os projetos de transformação e a melhor abordagem de entrega, seja ela cascata ou ágil.


Fase G: Governança da Implementação


Esta fase está voltada à governança dos projetos em implementação, visando identificar se a entrega está ou não em conformidade com o que foi definido pela arquitetura corporativa. Não se trata de uma auditoria propriamente dita, mas de um mecanismo de controle sobre possíveis débitos técnicos ou funcionais relacionados aos projetos e seu impacto na organização. É importante não confundir essa governança da implementação com a governança geral da arquitetura corporativa; são aspectos distintos.


Fase H: Gerenciamento da Mudança


Corresponde ao monitoramento contínuo da transformação proposta pela arquitetura empresarial. O TOGAF oferece uma metodologia abrangente para conduzir projetos de transformação, e a arquitetura corporativa, dessa forma, torna-se o alicerce para viabilizar a transformação digital nas organizações.


Centro: Gerenciamento dos Requisitos


No centro do método ADM está a gestão contínua de todos os requisitos de negócio, tecnologia e governança. A ênfase no gerenciamento permanente dos requisitos e das preocupações dos stakeholders reflete a importância de manter a arquitetura alinhada às necessidades da organização ao longo do tempo.


A proposta deste artigo não foi esgotar todos os detalhes do método ADM, mas, sim, conceituar e apresentar cada etapa de maneira mais simples, fornecendo uma visão geral para aqueles que desejam conhecer ou relembrar a estrutura fundamental do TOGAF.


Por: Daniel Rosa

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